Capitulo 19

 Ela corou, pensava que não iria responder até que ouvi um fraco não.

 Não...

 Foi apenas alguns segundos, mas bastou para eu sentir uma onda enorme de ciúmes atingir-me ao pensar noutro qualquer a toca-la, mas como eu disse só durou alguns segundos, afinal uma pessoa como eu não sente ciúmes, NUNCA!

 

James: Então para a próxima não ajas como uma. Não quero ter de pagar outra vez um jantar para não comer.

 

Jessica: hahaha -risada irónica estúpido!

 

James: Hahaha eu sei.

 


 

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Jessica

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 Eram quase 4 da manha quando ele estacionou á porta de casa, estava escuro, e um frio de congelar o cérebro.

 Caminha-mos até á porta em silencio e quando ia girar as chaves para a abrir, notei um papelzinho encaixado delicadamente por debaixo da porta. ( o papelzinho que o Derek deixou com a Sarah XD)

 

Jessica: Uma carta?- abaixa-se e pega no papel.

 

James: O que é que diz?

 

Jessica: O teu nome.

 

James: O meu nome?

 

Jessica: Sim, o teu nome.

 

James: Tens a certeza?

 

Jessica: Não, eu sou um homem que fez uma cirurgia plástica para se tornar uma mulher, e na verdade chamo-me James! - diz ironicamente.

 

James: Eu bem que já desconfiava!- tira-lhe o bilhete da mão.

 

Jessica:EI! Eu não pareço um homem!

 

James: Tu é que disseste.- Sorri de lado.

 

Jessica: Mudando de assunto, seja que for que te enviou isso para aqui, talvez devas avisar que já chega-mos ao tempo dos "SMS".

 

James: Talvez te deva lembrar que ao entrar na agua, para ir salvar uma pessoa que não sabe usar o cérebro para fugir de uma onda, o meu telemóvel foi á vida, e decidiu levar os "SMS" com ele!

 

Jessica: HA HA HA, tens tanta piada. -irónica.

 

James: A serio? Sempre me disseram que humor não era o meu forte. - responde ele , enquanto manda o costumeiro sorriso irónico e desdobra o bilhete.

 

 Enquanto le a sua expressão passa de divertida a seria num ápice, ele amassa o bilhete e mete-o no bolso de trás.

 

Jessica: O que é que se passa?

 

James: Nada, só tenho de resolver uns assuntos.

 

Jessica: Então não vais entrar?

 

James: Não, tenho de ir.

 

 Ele aproximou-se devagar, cada  vez mais perto, ate a sua respiração passar pela minha cabeça. Só agora é que reparei que ele é alto. Muito alto. Olhei para cima, o meu nariz quase raspava no seu quieto onde ja se notava mínimos pelos ruivos a começarem a nascer. Ouvia uma respiração acelerada, mas não sei dizer se é a dele ou a minha. Muito provavelmente sou eu. Ele começava a inclinar-se na minha direcção, devagar, parecia que cada centímetro que ele se mexia demorava horas. Eu não me conseguia mexer, estava tão petrificada que ate o simples gesto de fechar os olhos custaria um grande esforço da minha parte, por isso, não o fiz. Não o poderia deixar beijar-me. Não é que eu nunca tivesse tido casos de uma noite, mas é diferente. Isto é diferente, ele é diferente como...um amigo. Ate agora tinha notado que ele era bastante atraente e um motivo de orgulho para a raça masculina, mas não é isto que eu quero.

 Abri a boca para dizer alguma coisa que o afasta-se mas o que aconteceu nos segundos seguintes impediu-me de ter qualquer reacção possível. Ele beijou-me... bem no meio da testa. Um beijo, que se podia definir por um simples raspar dos labios dele na minha pele, mas consegui sentir a sensação quente na minha testa e no meu peito. Para uma pessoa ironica e perversa como ele pareceu ser, ate que foi bastante... querido.

 Ele separou os labios que começavam a ficar rachados com o frio da noite, da minha testa.

 Virou-me costas, sentou-se na mota e enquanto colocava o capacete disse:

 

James: Sabes, talvez não apareça aqui durante algum tempo...então- levanta o olhar- adeus loira.

 

Jessica: Não digas adeus, porque eu sei que nos vamos encontrar outra vez.- sorri atrevidamente Afinal, uma pessoa não se consegue livrar de uma praga como tu tão facilmente, seria humanamente impossível!

 

 Eu sorri, e ele sorriu comigo, no fundo queria acreditar nas minhas próprias palavras, mas estava difícil com o olhar que ele me dirigia, aquele olhar de despedida.

 Eu não queria que ele se fosse. E não quero! É como se eu finalmente tivesse encontrado alguem que me compreende, que apesar de me meter nas maiores alhadas e me achar uma desastrada do pior, me ouve. É como um amigo, apesar de o conhecer a pouco tempo, ele é daquelas pessoas que em questão de minutos eu sinto que posso confiar.

 Senti os meus olhos húmidos. Não! Não podes chorar, apesar de tudo ele ainda é apenas um completo desconhecido que conheces-te de uma maneira muito estranha e passas-te uma noite a falar. Uma noite muito divertida, uma daquelas que já não tinhas desde os tempos do secundário. Engoli as lágrimas silenciosamente e dei-lhe um dos meus melhores sorrisos.

 Afinal quando umas pessoas se vão, outras novas vem... só tenho de esperar.

 

James: Bem Loira, estas entregue.

 

Jessica: Obrigada, fica bem, espero ver-te inteiro da próxima vez em que nos encontrar-mos.

 

James: E eu espero que sejas, suficientemente educada para não roubares um taxi a alguém novamente.

 

Jessica: Tu é que me roubas-te o taxi!

 

James: Como queiras, cada um acredita no que quer.

 

Jessica: És mesmo irritante! Mas presta bem atenção ao que te vou dizer, se demorares muito a aparecer euzinha vou atras de ti pessoalmente e nem que tenha de te arrastar pelas orelhas vamos ter um jantar em condições!

 

James: Estas a convidar-me para sair? É que se estas vou ter de recusar, eu sou um tipo tradicional se é que me entendes, se queres sair vou ter que ser eu a convidar-te.

 

Jessica: És um machista , não um tradicionalista! - disse eu a tentar imitar um tom zangado, mas totalmente falhado.

 

 Volta-mos a olhar um para o outro,e eu sabia que tinha chegado o momento, não podia adiar mais...

 

James: Bem Loira, esta na hora de me fazer a estrada, então ate logo. Cuida-te.

 

 Assim que acabou de falar arrancou com a mota e desapareceu passado alguns segundos.

 O cabr** foi-se embora e nem me deu tempo para dizer ate logo! Sorri apesar de estar irritada, ele fez-me lembrar o meu irmão quando ele foi para a Europa, mas esse estúpido nem se dignou a avisar que ia viajar, só quando chegou ao destino é que se dignou a telefonar para dizer " olha é so para saberes que vim fazer uns exames fora do país, portanto nao me esperes para o jantar."! Sim, nós partilhava-mo a casa, é uma longa historia...

 Respirei fundo calmamente e expirei tal como o meu antigo professor de yoga dizia para me acalmar, quando me lembro daquele episodio só me apetece esganar o John!

 Entrei em casa e a primeira coisa em que reparei foi, na luz da televisão da sala, que sobressaia na escuridão do resto da casa e nos cabelos rosa espalhados pelo sofa. Sorri, desliguei a televisão e dirigi-me para a cozinha.

 

Jessica: Onde é que esta a porcaria do interruptor...- apalpa a parede de cima a baixo- Ah encontr...HAAA!

 

 Foda**!!!! A minha cabeça, o meu rabo! Quem é que andou  a desarrumar despensa?! Só pode ter sido a criatura que esta na minha sala! Put* da luz, put* da caixa de cereais, put* da esquina do fogão e filho da put* do chão de tijoleira!!

 Devo ter ficado com um bonito galo (ou dois) na testa.

 Agarrei a maçaneta da porta para me ajudar a levantar  e o que é que acontece? Escorrego outra vez na mesma put* da caixa de cereais! E para melhorar bato com o dedo mindinho no mesma put* da esquina! Enrolo-me no chão enquanto abraço a perna e contraio os dedos dos pes, na esperança da dor passar mais depressa... esta minha sorte só pode ser bruxaria!

 A dor aliviou-se aos poucos e como a terceira é de vez, desviei cm as mãos a caixa de cereais do caminho e fui a gatinhar ate a porta e finalmente levantei-me sem causar nenhum dano.

 Passei pela sala ainda a mancar ligeiramente, já tinha perdido os sapatos no meio da cozinha na primeira queda, dei mais uma olhada para a Sarah, tão tranquila e tão serena a dormir que só me apetece... acorda-la aos abanões e faze-la apanhar aquelas caixas todas que ela espalhou no chão! As malditas caixas! Mas eu, como ser bondoso e maravilhoso que sou não vou fazer isso... há, a quem é que eu quero enganar! Só não a acordo agora porque estou demasiado cansada e tenho de acordar daqui a algumas horas para ir trabalhar. Trabalhar... aff.

 Fui até á poltrona de onde tirei um cobertor branco e coloquei-o sobre o corpo adormecido no sofá.

 Arrastei-me pelas escadas acima, abri a porta do meu quarto enquanto tentava não tropeçar nas coisas que não via por causa do escuro e ao mesmo tempo abrir o zip do vestido.

 Quando finalmente consegui livrar-me do tecido, que deve estar algures no meio do chão, desabei na cama so de roupa intima e entrei no unica mundo onde o azar não me afecta.

 


Eu sei, eu sei... tive dois meses sem postar. É muito tempo mesmo, desculpem!

bem no primeiro mes falhou a internet e tiveram que vi ca concertar mil e quinhentas vezes -.-'

 no segundo mes... bem, não vou mentir, foi mesmo a preguiça que me atacou e mais uma vez o cliché  da falta de imaginação ^-^'

 

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publicado por Yanna às 23:34 | link do post | comentar | ver comentários (1)